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Dia Internacional da Mulher | 2019

A Global Compact Network Portugal assinala o Dia Internacional da Mulher com a emissão de um Selo Comemorativo, convidando todas as organizações a utilizar o mesmo de modo a assinalar o seu contínuo empenho na criação de um mercado de trabalho nivelado pela igualdade entre homens e mulheres, base essencial para uma sociedade mais justa e equilibrada.

Conheça, na íntegra, a Mensagem Oficial de Mário Parra da Silva, Chair of the Board da Global Compact Network Portugal, e de Filomena Martins Cunha, Coordenadora do Comité Executivo dos WEP - o programa da UN Global Compact e da UN Women para a promoção da igualdade de género e da capacitação das mulheres.
 
 
Mário Parra da Silva, Chair of the Board da Global Compact Network Portugal
 
“Neste Dia Internacional da Mulher permitam-me assinalar mais um passo na igualdade de oportunidades e deveres que emerge da Norma Portuguesa de Conciliação entre a Vida Profissional, Familiar e Pessoal. Ao longo de anos e desde a maior presença da mulher nas organizações, empresariais, públicas ou da economia social, vimos as exigências do trabalho invadirem a vida pessoal e familiar, em nome da competitividade, do profissionalismo, da camisola ou simplesmente da necessidade. Cada vez mais reduzidas à função de trabalhadoras, as mulheres tiveram de compatibilizar com os cuidados familiares a sua prestação laboral. Entidades houve que assumiram a supremacia da mulher na função familiar sobre a profissional e ostensivamente discriminaram mulheres, porque não pretendiam “prejudicar a sua responsabilidade familiar”. O resultado prático é que as mulheres são preteridas na contribuição intelectual, na progressão em carreiras e na participação em decisões. Na difícil decisão de quem fica fora de horas a fazer o que o diretor exige, a mulher vai para casa porque a sociedade, e muitas vezes ela mesma, acham que isso é a atitude correta. O homem fica, sacrificando-se assim pela família ao trabalhar até as 20h, após o que, cansado, vai para casa onde espera ter à sua espera uma esposa sorridente e com o jantar pronto, de que depois levantará a mesa e porá a louça na máquina, enquanto deita os filhos e pensa no dia seguinte. Como estas supermulheres escasseiam, o resultado é algum medo de viver em comum, de ter filhos e de se auto submeter a um estilo de família que não é compatível com a participação dos dois, em pé de igualdade, no mercado de trabalho. Segue-se a quebra de natalidade, não só por isto mas também por outras boas razões.
As soluções deverão passar por diversos eixos de atuação. Combate aos paradigmas de género, maior suporte às famílias, melhor apoio à educação das crianças e jovens, mas também pela conciliação. Ou seja, pela possibilidade de ter uma vida pessoal e uma vida familiar sem as chantagens do ambiente profissional, sempre abundante na ameaça implícita da suposta “falta de empenhamento nos objetivos da organização”.
Na realidade, as pessoas que são obrigadas a trabalhar horas, em vez de cumprirem missões e objetivos, tendem a “estar horas”, mas num presentismo que não se traduz em contributo real para a organização. É uma situação em que todos perdem. Pelo contrário, se a organização respeita e estimula o equilíbrio das três vidas obtém mais empenhamento profissional de pessoas mais saudáveis e produtivas que conseguiram, sem problemas de maior, ter o seu espaço individual e a sua contribuição familiar. É nessas dimensões em equilíbrio que se faz a pessoa que inova, que tem impulso para a ação, que procura o bem da sua organização e tem motivação para o futuro. Quando após o trabalho fica uma vida penosa e sem qualidade, também o trabalho começa a ser visto como penoso e sem motivação e a qualidade da contribuição do(a) trabalhador(a) diminui.
Em boa hora o Governo de Portugal, pela Senhora Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade Rosa Monteiro, adotou o programa “3 em Linha”, que tem conquistado muitas organizações para esta causa. Não será a solução para todos os problemas que ainda se colocam à plena dignidade e igualdade da Mulher, mas é um importante contributo. Bem hajam todos os que nesta causa se têm empenhado”.

 

Filomena Martins Cunha, Coordenadora do Comité Executivo | Capítulo Português dos WEP

“Os WEPs (Women’s Empowerment Principals) foram lançados em 2010, no Dia Internacional da Mulher, e resultam de uma iniciativa da UN Women e da UN Global Compact. A sua ação é complementar a todas as outras organizações que desenvolvem a sua atividade na construção de uma sociedade que se paute pela igualdade de género no âmbito da Agenda 2030 e do ODS 5. Os seus princípios oferecem um guia em 7 passos para o empowerment das mulheres no espaço de trabalho, no mercado empresarial e na comunidade.
Hoje, cada vez mais, empresas, governos e outras partes interessadas reconhecem que a igualdade de género é, não só uma questão de direitos humanos, mas também uma oportunidade de desenvolvimento económico e sustentabilidade. Garantindo a melhoria da qualidade de vida de mulheres e homens garantimos o desenvolvimento social das famílias, comunidades e nações.
Quando falamos da avaliação de uma organização, da análise da sua robustez e contributo para o desenvolvimento económico do país, não devemos olhar apenas para os dados financeiros, mas também para a forma como essa organização integra os princípios de igualdade de género nas suas práticas de gestão diárias e em que medida eles caracterizem a cultura, os valores, o desempenho e as práticas do negócio.
Não será possível atingir as metas da Agenda 2030 e dos seus 17 objetivos se as mulheres não estiverem em pé de igualdade com os homens no mundo empresarial.
Atualmente, mais de 1800 CEOs em todo o mundo assinaram a carta de apoio às WEPs e estão comprometidos na liderança da igualdade de género e empowerment das mulheres. As empresas portuguesas, concretamente os seus líderes de topo, têm de se envolver de forma direta na implementação de práticas de gestão que garantam a igualdade de género e a capacitação das mulheres se quiserem garantir a sua continuidade e solidez económica e assumir uma posição de referência no mercado”.


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